Considerações Pascais: A Via Dolorosa Para o Calvário I


Um dos momentos mais conseguidos e determinantes em todo o percurso terreno do Senhor Jesus Cristo foi o de ter tomado a intrépida e discernida decisão de ir a Jerusalém. Esta difícil decisão encerraria, em última instância, a Sua predeterminada morte expiatória na Cruz do Calvário em favor da Raça Humana outrora decaída pelo pecado original de Adão e Eva, bem como a Sua inquestionável ressurreição dos mortos ao terceiro dia, tal como ficou fidedignamente registado nas Escrituras Sagradas (1 Coríntios 15:4). O Senhor Jesus entrou triunfalmente na Cidade Santa no “Domingo de Ramos”, não obstante o sofrimento atroz que augurava que iria acontecê-Lo nos dias subsequentes perante as autoridades judaicas. Mesmo assim, “tomou o firme propósito de ir a Jerusalém” (Lucas 9:51), trilhando assim a penosa via-sacra. 

É curioso notar que, da mesma sorte, o Apóstolo Paulo quando estava ainda em Éfeso tomou também a decisão de ir a Jerusalém, mesmo sabendo que lhe esperavam prisões e tribulações em todas as cidades que ia vistoriando (Actos 20:23). O facto de ter que percorrer a íngreme via dolorosa não obstaculizou, em circunstância alguma, o nobre ministério que o Senhor Jesus lhe confiou: de dar testemunho do Evangelho da Graça de DEUS “tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer, isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dentre os mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios (Actos 26:22-23). 

Por isso, de forma analógica, o desafio que nos é lançado também pelo Filho do Todo-Poderoso DEUS, é o de cada um em particular tomar a sua cruz e segui-Lo resolutamente. Por outras palavras, é prosseguir determinadamente a via dolorosa rumo à Jerusalém Celestial, salvando assim a nossa alma da condenação eterna que recairá sobre os ímpios. É a sensata e impreterível decisão que todos deveriam tomar. A sorte está lançada.