Palavras do Reformador


«Quando cheguei aqui pela primeira vez, quase não havia nenhuma organização. Pregava-se o evangelho, e isso era tudo. Todas as coisas estavam transtornadas. Atravessei conflitos espantosos. Fui saudado com zombarias à noite diante de minha própria porta com 50 ou 60 ataques. Imaginem como isso afetou um estudioso pobre e tímido como sou e, confesso, que sempre fui. Então, expulsaram-me da cidade, e em meu retorno de Estrasburgo tive tantas dificuldades quanto antes para realizar meu ofício. (…) A respeito de minha doutrina, ensinei fielmente e Deus me deu a graça de escrever. Fiz isso do modo mais fiel possível e nunca corrompi uma só passagem das Escrituras, nem conscientemente as distorci. Quando fui tentado a requintes, resisti à tentação e sempre estudei a simplicidade. Nunca escrevi nada com ódio de alguém, mas sempre coloquei fielmente diante de mim o que julguei ser a glória de Deus.» 

(João Calvino, in Teologia dos Reformadores de Timothy George, Vida Nova, São Paulo-SP, 2004, p. 245-246). 



Calvino e o Calvinismo. A citação supra foi uma das últimas palavras proferidas por aquele que é considerado um dos maiores vultos da história do Cristianismo e que desempenhou um papel bastante crucial no processo da sistematização e consolidação da doutrina Evangélico-protestante. Aquando da sua inesperada morte, em 27 de Maio de 1564, Beza que esteve com ele até o fim da sua vida, escreveu: "Nesse dia, como crepúsculo, a mais brilhante luz que já houve no mundo para a orientação da igreja de Deus foi levada de volta para os céus". 

Apesar de ser admirado por generalidade dos fiéis Protestantes, o Teólogo francês nunca buscou a sua própria glória, mas morreu confessando que "tudo o que fiz não vale nada (…) sou uma criatura miserável". Adoptou esta sensata e humilde postura até a morte. E tal como registou Timothy George, "Calvino foi enterrado no cemitério comum. Devido a seu próprio pedido, não se ergueu lápide alguma sobre o lugar da sua sepultura". 

Não se pode falar da Reforma Protestante sem, no entanto, lembrar Lutero, Swínglio, Calvino, Menno Simons e tantos outros heróis da fé que deixaram usar oportunamente pelo nosso Eterno DEUS.