O Segundo Sexo


A ler a iconoclasta Simone de Beauvoir. Foi, de facto, um salto inovador para um puritano. Sinto-me, nestes últimos dias, como quem "saiu do armário literário" (não costumo aventurar-me nestes livrescos "demasiados progressistas" (LER), mas desta vez cometi um delito e deixei-me seduzir intelectualmente para fora dos portões. Ainda vou a tempo de me redimir e regressar, sem lesões psicossomáticas, ao casulo de "protecção"). Confesso que tudo foi feito com o intuito nobre de compreender inteiramente o tão propalado Feminismo e, deste modo, procurar, na medida do possível, reconciliar-me com ele. A leitura está a ser bastante intrigante por razões várias que, por enquanto, não são oportunas salientar. 

No entanto, não se pode ficar alheio e indiferente algumas legítimas reivindicações do Feminismo, máxime depois de ler o comovente discurso de Elizabeth Cady Stanton – "The Solitude of Self", em 1892 (LER). Somente lendo este e Beauvoir é que passamos a ter a noção holística do quanto o mundo, e as sociedades em particular, são demasiadamente machistas e injustas no trato discriminatório que dão ao género feminino, mormente a subjugação sistemática que as inofensivas mulheres são vítimas às mãos dos grunhos homens. Um quadro extremamente preocupante que urge alterar. 

Posto isto, da minha parte, tal como deixei bem claro AQUI, não sou machista nem feminista visto que ambas as ideologias são redutoras na sua mundividência. Exprimem apenas parcelarmente aquilo que é a verdadeira essência do ser humano na sua plenitude. Detesto o sexismo a todos os níveis. Vou continuar sempre simbiótico e paritário na forma de encarar os sagrados e inalienáveis Direitos Fundamentais que assistem a qualquer pessoa, independentemente da sua condição biológica, social e cultural. Comigo não há acepção de pessoas e nunca haverá em circunstância alguma.