Os Vendilhões do Templo


O Cristianismo coevo vive uma das suas piores crises existenciais – tanto a nível interno como externo. Aqui nada que se surpreende. O mundo, desde os primórdios, foi sempre um lugar tenebroso e de asquerosas práticas contra DEUS, a natureza, o corpo e o próximo (LER). Ali que esta realidade não deveria, em circunstância alguma, suceder e tão-pouco ser tolerada pelos Cristãos. A Igreja do Senhor Jesus Cristo não é um sítio de estimular expectativas mundanas ou de locupletação, tal como tem sido sistematicamente usada ao longo dos séculos. Ela é a Casa de Adoração para anunciar todo o Plano de DEUS (Actos 20:27). Acontece que, por vicissitudes várias e supervenientes, esta inequívoca verdade soteriológica não tem tido um acolhimento amplamente favorável em muitos círculos Cristãos, devido a ganância desenfreada de certos camuflados obreiros, líderes e pastores. 

O que temos estado a assistir hoje no seio do Cristianismo é uma autêntica aberração e completa adulteração do real ensino das Escrituras Sagradas. Um escândalo espiritual sem precedentes. A Igreja é usada como antro de promiscuidade, convertendo-se em auto-promoções, tráfico de influências, conluios, rivalidades, represálias, desvios de fundos, enriquecimentos ilícitos, imoralidade sexual, corrupção e paganismo. Ela tornou-se num mercantilismo de ilusões onde os valores materialistas e o evangelho da prosperidade são enfatizados e explorados até à exaustão em detrimento da genuína conversão e santidade da vida Cristã. Não há apelo para o sincero arrependimento e consequente transformação do carácter interior, que envolve um compromisso sério com os impolutos mandamentos bíblicos, mas sim uma valorização do “aparecer” do que propriamente o importante “ser”. Sob a falsa capa do amor Cristão encobrem e legitimam tremendos pecados... Qualquer pessoa que entrasse na Igreja e aparentemente se assumisse como um crente no Senhor Jesus, não importa quão carnalmente viva no seu dia-a-dia, é logo tido como um precioso irmão, contando que pactue depois com artimanhas fraudulentas e caprichos egocêntricos dos presunçosos obreiros, líderes e pastores. E assim, nesta flagrante promiscuidade, a Casa de DEUS é transformada descaradamente num espaço de futrica e caverna de ladrões (Mateus 21:13; Lucas 19:46)

Astutamente estes prepotentes obreiros, líderes e pastores apresentam-se disfarçados em ovelhas, mas por dentro não passam de patronos de fraude e lobos devoradores (Mateus 7:15). Disseminam sorrateiramente falsas doutrinas dentro das congregações, arrastando consigo os inúmeros discípulos, com o intuito de destruir em última instância a Igreja de Cristo (Actos 20: 29-30). São pessoas de “mentes corrompidas e que andam longe da verdade. Têm a religião como um negócio e fonte de lucro”, escrevia o Apóstolo Paulo a seu respeito (1 Timóteo 6:5). O Santo Pedro, seguindo a mesma esteira do pensamento, vai ao ponto de considerá-los “atrevidos e arrogantes. Encontram prazer em satisfazer as suas paixões em pleno dia. Os seus olhares são imorais e os seus apetites sensuais, insaciáveis. Seduzem as pessoas menos firmes e estão cheios de cobiça. É uma gente amaldiçoada. Afastaram-se do bom caminho e perderam-se” (2 Pedro 2:10; 13-14). Leitura igualmente reforçada por Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, lamentando o comportamento deles em tom reprovador “ai deles”, traçando depois o seu destino final como “reservada a sombria escuridão, para sempre” (Judas 1:11; 13). 

Tal como os fariseus e doutores da lei se apoderavam da chave do conhecimento religioso, não tomando posse da vida eterna, impedindo deliberadamente os que gostariam de o fazer (Lucas 11:52), assim também estes falsos obreiros, líderes e pastores lidam com as pessoas que desconhecem a Palavra de DEUS. Em consequência disso, “fecham-lhes na cara a porta do reino dos céus” (Mateus 23:13). São pessoas sem escrúpulos e autênticos malfeitores. Aproveitam-se das suas posições privilegiadas dentro das congregações para sedimentar e propagar heresias destruidoras de vidas humanas. Com as suas acções vergonhosas descredibilizam a imaculada imagem do Evangelho aos olhos do mundo. Estão inteiramente desprovidos da piedade Cristã. Somente se movem por motivos interesseiros, gerando danos imprevisíveis do ponto de vista espiritual. Usam a religião apenas para satisfazer as suas concupiscências e pactos secretos com o Diabo, profanando assim o Santuário do SENHOR. 

Esta trapaça, felizmente, não vai demorar por muito tempo. Logo, a seguir, virá o dono da Igreja, o Senhor Jesus Cristo, que ajustará contas com estes detestáveis hereges. Tal como ELE foi manifestamente intransigente contra os abusos cometidos no Templo, expulsando os que lá vendiam e compravam, purificando-o totalmente do sacrilégio (João 2:13-17; Mateus 21:12-17; Lucas 19:45-48), da mesma sorte expulsará os actuais e futuros vendilhões do templo para o castigo eterno que lhes é reservado (Mateus 7:21-23). Foram demasiadamente injustos com DEUS e, por isso, terão a justa paga das suas abomináveis injustiças (2 Pedro 2:12-13).