Em Busca do Tempo Perdido


Eu, nos longínquos anos de 2000, em Bissau, com apenas 16 anos de idade. 

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Quando reavalio aquilo que outrora fui na minha saudosa e feliz infância, em Bissau, desperta-me sempre um sentimento de gozo indescritível. Delicio-me imenso com este reencontro pelo passado visceralmente presente na minha intacta memória. Era uma criança genuína, que nunca criou grandes transtornos aos meus familiares. Tinha um cadastro imune de suspeitas e praticamente impoluto. Procurava na medida do possível comportar-me bem, e conseguia fazê-lo estoicamente, apesar de pontuais deslizes que naturalmente surgiam pelo percurso. 

Por "ansiedade da experiência" tenho perdido algumas excelentes características de que dispunha na infância – muitas vezes, em abono da verdade, a idade é o pior inimigo do Homem. Quero libertar-me totalmente das máscaras e falsidades de adultos. Abandonar definitivamente os perniciosos vestígios do legalismo farisaico. Voltar, sem qualquer tipo de lesões psicossomáticas, à idade da inocência e continuar ininterruptamente assim para o resto da vida. Espero que o Todo-Poderoso DEUS me ajude a concretizar este legítimo e santificado propósito. Que assim seja.